Segundo o taoísmo, a vida é assim: somos apenas e tão somente barcos de velas brancas, navegando no mar desconhecido.
É possível que sim.
Às vezes, navegamos em águas mansas. De repente, eis que surge a tormenta.
Os remos são inúteis. A força dos elementos é maior que a nossa força.
Remamos sempre em direção ao sol, buscando a calmaria. Mas não conseguimos evitar a chegada da tempestade. Ela tem vontade própria. Sopra onde quer. Independe do nosso querer. Remos? Já não servem mais.
E de quem é a culpa pela interrupção da nossa calmaria? De ninguém. A vida é assim.
Viver é como jogar roleta. É possível que algo bom aconteça. É possível que algo ruim aconteça. E se acontecer, sofreremos, por certo. Mas não podemos culpar ninguém. A roleta é cega. Devemos aprender a sofrer sem revolta. Deus é inocente.
A tormenta é necessária. Sem ela, como poderíamos conhecer o doce sabor da calmaria? A tormenta nos faz valorizar a calmaria.
Em meio à tempestade, joguemos os remos fora e mantenhamos a calma. Confiemos em Deus. Está tudo certo. A natureza é a Grande Mãe. Tudo o que tiver que acontecer, acontecerá. Será apenas mais uma tempestade que vai passar.
Afinal, a sabedoria não é remar, e, sim, deixar-se levar pelo mar da vida que é mais forte.
Escrever não estava no meu plano de viagem. Mas em algum momento eu me distraí, e deixei de usar os remos. E o mar me trouxe até aqui.
É sempre possível mantermos os barcos atracados. Aí não conheceremos o risco do naufrágio. Mas também não conheceremos o prazer do calafrio e do desconhecido, das surpresas que o mar da vida poderá nos proporcionar. E principalmente, do gosto da vitória de sobrevivermos à tempestade.
A vida é assim.
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