Há dias em que nada faz sentido.
A linha reta torna-se uma acentuada curva onde não se enxerga o fim.
As pessoas perdem suas individualidades e tornam-se uma só identidade.
O sol se esconde para não se aborrecer, e as nuvens derramam suas lágrimas em mim.
Para regar o solo e o coração desta cidade.
Há dias em que a tristeza, em nossa alma resolve fazer morada.
Os anjos perdem a asa.
A melodia perde o tom.
As pessoas perdem a graça.
O mar perde o som.
Há dias em que se manter lúcido é o desafio.
Que pode não ser conquistado.
Que pode ser perdido.
Que se ficarmos parados,
Certamente seremos vencidos.
Há dias em que o coração sangra, e o peito parece querer explodir, tamanha agonia da perda de algo que nunca foi seu.
E então, nesses dias, pego carona nas asas da imaginação e voo para encontrar a solidão.
Chego ao alto da montanha.
E é lá, em meio ao silêncio dos pássaros e ao balé das nuvens, que meus pensamentos vão tomando forma.
Que meu coração se encontra com a minha mente, que faz contato com minha alma, que encontra a saída, finalmente, pelas pontas dos meus dedos e se materializa numa folha de papel qualquer.
E um dia essa folha vai voar lá do alto daquela montanha, tal qual um anjo caído.
E quem sabe encontrará alguém. Para quem, o que está escrito, faça algum sentido. E torne o dia menos sofrido.
E o faça encontrar seu refúgio, talvez, no alto de uma montanha qualquer.
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