segunda-feira, 27 de maio de 2013

No Alto da Montanha

Há dias em que nada faz sentido.

A linha reta torna-se uma acentuada curva onde não se enxerga o fim.
As pessoas perdem suas individualidades e tornam-se uma só identidade.
O sol se esconde para não se aborrecer, e as nuvens derramam suas lágrimas em mim.
Para regar o solo e o coração desta cidade.

Há dias em que a tristeza, em nossa alma resolve fazer morada.

Os anjos perdem a asa.
A melodia perde o tom.
As pessoas perdem a graça.
O mar perde o som.

Há dias em que se manter lúcido é o desafio.

Que pode não ser conquistado.
Que pode ser perdido.
Que se ficarmos parados,
Certamente seremos vencidos.

Há dias em que o coração sangra, e o peito parece querer explodir, tamanha agonia da perda de algo que nunca foi seu.

E então, nesses dias, pego carona nas asas da imaginação e voo para encontrar a solidão.

Chego ao alto da montanha.

E é lá, em meio ao silêncio dos pássaros e ao balé das nuvens, que meus pensamentos vão tomando forma.

Que meu coração se encontra com a minha mente, que faz contato com minha alma, que encontra a saída, finalmente, pelas pontas dos meus dedos e se materializa numa folha de papel qualquer.

E um dia essa folha vai voar lá do alto daquela montanha, tal qual um anjo caído.

E quem sabe encontrará alguém. Para quem, o que está escrito, faça algum sentido. E torne o dia menos sofrido.

E o faça encontrar seu refúgio, talvez, no alto de uma montanha qualquer.  

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