segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O fim, em três atos.

"O amor é isto: a dialética entre a alegria do encontro e a dor da separação."
"A paixão é uma perturbação da tranquilidade da alma."
                                                                                           (Rubem Alves)

1º ato: O início do fim (fotografia)

um calçadão
uma praia
um banco de concreto

um homem
uma mulher
um só corpo

no céu uma lua
no ar um silêncio
nos olhos tristeza

duas vidas paralelas
um amanhã no passado
beijos imortalizados

dois quereres
e um vazio

um ponto final no pra sempre.

2º ato: O fim (Alice na vida real)

antítese do meu eu
anjo de asas negras
portador da alegria
                   [sem sorriso
ignora o coração

crime perfeito desvendado
veredicto: culpado
por amar demais...

a pena, um hiato
de horas sem minutos
um pra sempre abortado

lágrima filha do abandono
amor afogado pelo esquecimento

uma Alice que não sonha
cria uma rainha de copas invencível
e um coelho branco sem relógios

no fim
o chapeleiro enlouquece.

3º ato: Depois do fim (o nada)

Eu queria te dar o verso mais lindo...
Escrito com as palavras mais belas.
Eu queria te dar um verso sorrindo...
Junto com um buquê de rosas amarelas.

Eu queria te dar o amor mais bonito.

Eu queria...
E tudo que eu tenho agora,
É o nada em minhas mãos vazias,
Para alguém que já foi embora...

Epílogo (sol)

Entre o adormecer da lua
E o despertar do sol
Surgirá uma
                  [menina bonita
Que entrará pela porta da frente
De um novo primeiro verso...

A poesia se renova.
Afinal, para que servem os poetas?




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