quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Respostas

No alto da montanha me isolo, e tento entender o que não compreendo.
Procuro respostas escondidas em algum lugar do qual não me lembro.
Estudo, mas não aprendo.

 
Lá embaixo, pessoas correm, mas não saem do lugar.
Feridas se curam para depois novamente sangrar.
Os semblantes fechados, não parecem gostar,
Do trabalho, da vida, da alma, do lar.

 
Palavras são proferidas, muitas das vezes sem se pensar.
Raras são de compreensão. Raras tentam consolar.
Normalmente são de explosão. Procurando alguém para culpar.
Por algo tão pequeno, que não deveríamos nos importar.

 
Lá de cima, vejo todos fazendo tudo sempre igual.
Vejo absurdos encarados como coisa normal.
Valores são invertidos, tudo muito natural.
Ninguém se espanta, ninguém se insurge, deixa pra lá, não faz mal.

 
E assim vou procurando as tais respostas, que ainda hei de encontrar.

 
No silencio esclarecedor, sob a luz do luar.
Observando a semente que luta, para planta virar.
Num filhote de tartaruga, que por instinto, corre para o mar.
No sorriso de uma criança, quando aprende a caminhar.
Na paixão de uma guria, revelada no brilho de seu olhar.

 
No alto da montanha, recarrego as energias e renovo a esperança.

 
E crio coragem para de lá saltar.
Para quando, finalmente, lá embaixo aterrissar,
A tempestade já tenha se afastado, e o sol já tenha voltado a brilhar.

 
E talvez, um dia, eu encontre as respostas, que insistem em me abandonar.

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