A mulher andava de um lado para o outro do
quarto, trocando de roupa sem parar. Nenhuma lhe agradava. Até que parou num
vestido colado no corpo listrado de preto e branco.
O marido, sentado no sofá da sala, assistia a uma
partida de futebol na TV. Seu time, o Real Madrid, jogava contra o Valencia.
Mas, vendo o tira e põe de roupa de sua patroa, começou a ficar preocupado.
Então, aquilo que ele tanto temia aconteceu. A
mulher se dirigiu até a sala e fez a pergunta maldita:
- Amor, este vestido está bom ?
Quem é homem (notadamente casado) sabe.
Nenhuma, absolutamente nenhuma resposta que se dê
a essa pergunta, será satisfatória. Na verdade ela deveria ser proibida em
algum Estatuto, Lei, Constituição Federal, sei lá.
O Padre deveria advertir sobre isso nos cursos de
Noivos. Ou deveria ter constado lá na Tábua dos Dez Mandamentos (que virariam
onze): “Jamais perguntarás ao marido se a roupa está boa.”
Sim, porque isto não é uma pergunta: É uma
declaração de guerra ! Tá chamando pra briga. É como quem diz: escolha suas
armas!
O tempo parou naqueles breves segundos que se
sucederam a pergunta. O cérebro do marido pôs-se a funcionar na velocidade de
um Fórmula 1, para tentar encerrar rápido aquilo que poderia ser o início do
fim. Rezando a todos os Santos para que a resposta fosse satisfatória,
disparou:
- Tá linda, amor !
Poderia ter dado certo. Mas
não foi o caso.
- Mas você é um cretino mesmo. Como pode me dizer
isto se nem me olhou ! Não tirou os olhos da TV nem um instante. Não pode parar
um segundo de ver este maldito jogo de futebol, para olhar sua esposa. Eu sei
que você só disse isso para me dispensar logo e continuar a ver essa porcaria
de futebol.
A resposta teria sido razoável. Se o marido não
tivesse cometido este pequeno deslize. Esqueceu de olhar para ela. Mas, se
tivesse olhado, faria alguma diferença ? A resposta não teria que ser a mesma ?
Se ele tivesse olhado e dito a verdade, que ela parecia um boneco de neve vestido
de presidiário, não teria sido muito pior ? O suor começou a brotar em sua
testa.
Agora, já olhando para ela, tentou consertar a
situação.
- Meu bem, eu não preciso nem te olhar pra saber
que você fica linda de qualquer jeito.
Pronto. Agora acabou mesmo. Foi piegas demais.
Foi falso demais. Foi ruim demais.
- Você não me ama mais. Aliás, acho que você
nunca me amou. Vou agora mesmo fazer as malas. Estou saindo de casa. Nosso
casamento acabou. E a culpa é sua !
Enquanto a mulher fazia as malas, o marido
continuou sentado no sofá, assistindo ao jogo. O Real Madrid precisava vencer,
senão o título do campeonato seria conquistado pelo Barcelona, com duas rodadas
de antecedência. Isso no momento era o que importava para ele.
De repente, uma questão passou pela sua cabeça.
Aonde a mulher iria com aquele vestido de presidiária, antes de resolver
terminar com ele ?
Quando a mulher chegou na sala se despedindo, com
duas malas e o travesseiro, ele resolveu, então, lhe perguntar.
- Eu ia ao mesmo lugar que vou agora. Para a casa
de meu amante. Só que antes eu ia lá só dar umazinha. E depois estaria de
volta. Agora, por sua culpa, não voltarei mais. Você não me deu escolha.
A ex-mulher foi embora. O Real Madrid abriu o
placar.
O ex-marido deu um sorriso de canto de boca. As
coisas pareciam estar começando a dar certo.
Fazer uma pergunta dessas logo no jogo do Real Madri? O que ela podia esperar? Se fosse do Vasco, do Botafogo, talvez este casamento teria se salvado.
ResponderExcluirEra tudo que ele queria,rsrsrs.
ResponderExcluirPaulo