domingo, 10 de novembro de 2013

Azeitonas

- Chuchu.
- Chuchu.
- Cenoura.
- Cenoura.
- Tomate.
- Tomate.
- Pimentão..
- Pi... peraí Maria Helena, e a quantidade?
- Como assim?
- Ué, quantos chuchus, cenouras, tomates...
- Ah, põe alguns.
- Não, não e não. Semana retrasada você reclamou que eu comprei pouco. Semana passada, reclamou porque eu comprei muito. Eu quero a quantidade certa, Maria Helena. Pode ir dizendo aí.
- Afffff, então compra quatro de cada, pronto, satisfeito Luiz Roberto?
- Hum. Vai.
- Desinfetante.
- Desinfetante. Qual?
- O de sempre. Sabonete.
- Sabonete. Quantos? Qual?
- Seis. Qualquer um, menos aquele seboso que você comprou da última vez.
- Foi o que você mandou comprar.
- Mas não era pra ser de pêssego! Você sabe que eu odeio pêssego.
- Você odeia comer pêssego, Maria Helena, e o sabonete não é pra comer...
- Mas e o cheiro?
- Acabou?
- Não. Papel Laminado.
- Ah não, isso não, você sabe que eu não consigo encontrar esse troço no mercado, ele se esconde de mim.
- Pergunta pra alguém.
- Eu não vou pagar esse mico. "Moça, onde fica o papel laminado?" O que vão pensar de mim? No mínimo que esse velho tá gagá, mal acha um papel laminado... Olha aqui, Maria Helena, eu tô ficando nervoso, essa lista de supermercado está ficando cada vez mais complicada, olha o que o doutor falou, eu não posso ter emoções fortes, meu coração...
-  Larga de ser fresco, Luiz Roberto. E se vira, eu preciso de papel laminado.
- Ai, o ar já tá me faltando... mais alguma coisa?
- Um vidro de azeitona verde sem caroço com um tomatinho dentro ou ketchup, sei lá, é uma coisinha vermelhinha que tem dentro e fica naquele corredor perto do palmito da Índia e do petit pois...
-
- Luiz Roberto?
-
- Luiz Roberto, você tá bem? Fala comigo Luiz Robertoooooooooooooo....... 

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