segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Primavera em preto e branco

a porta me bate a cara
acordo nas sombras da agonia
os olhos cerrados despertam as trevas
o corpo se nega a entender
o corte que transpassa a alma
correria tropeço desespero
não saio do lugar
a dor nasce num coração
que não merece chorar
a tristeza cresce em olhos
que não merecem parar de brilhar
o espírito demente anda a esmo
em meio a escuridão
busca sair da contramão da resignação
entender o que se passa com a vida
transformada abruptamente
num labirinto sem saída
janela sem vista para o mar
sem direção a tomar eu vou
sem saber o que fazer e onde estou
seguindo sendo o eu que ainda não sou
espero a porta abrir apenas e tão somente
                                           [para respirar

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