Quando eu era menino pequeno, eu queria ser igual ao meu pai.
Queria ser Flamengo.
Queria dirigir um opala bege.
Queria usar terno e gravata.
E óculos.
Quando eu era menino pequeno, eu queria ser igual ao meu pai.
Queria ser espírita (sequer sabia o que era isso).
Queria sentar na cabeceira da mesa.
Queria ter uma casa grande com dois andares.
E uma garagem.
Quando eu era menino pequeno, eu queria ser um pai igual ao meu pai.
Que ama com a mesma intensidade seus diferentes filhos.
Que é amado com a mesma intensidade por seus diferentes filhos.
Que dá a atenção e o carinho que cada um deles necessita.
Hoje eu me tornei um homem grande.
Sou Flamengo, espírita, uso óculos, terno e gravata.
E tento ser para os meus filhos pelo menos metade do que meu pai foi e é para mim.
Pois se eu sou o que eu sou hoje, é só porque eu queria ser igual a ele.
E continuo querendo ser. Sempre. O meu espelho, o meu guia, o meu farol.
O meu pai.
A cabeceira da mesa eu dispenso. Porque será sempre dele.
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