sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Quando eu era menino pequeno...


Quando eu era menino pequeno, eu queria ser igual ao meu pai.

Queria ser Flamengo.

Queria dirigir um opala bege.

Queria usar terno e gravata.

E óculos.

 

Quando eu era menino pequeno, eu queria ser igual ao meu pai.

Queria ser espírita (sequer sabia o que era isso).

Queria sentar na cabeceira da mesa.

Queria ter uma casa grande com dois andares.

E uma garagem.

 

Quando eu era menino pequeno, eu queria ser um pai igual ao meu pai.

Que ama com a mesma intensidade seus diferentes filhos.

Que é amado com a mesma intensidade por seus diferentes filhos.

Que dá a atenção e o carinho que cada um deles necessita.

 

Hoje eu me tornei um homem grande.

Sou Flamengo, espírita, uso óculos, terno e gravata.

E tento ser para os meus filhos pelo menos metade do que meu pai foi e é para mim.

 

Pois se eu sou o que eu sou hoje, é só porque eu queria ser igual a ele.
 
E continuo querendo ser. Sempre. O meu espelho, o meu guia, o meu farol.

O meu pai.
 

A cabeceira da mesa eu dispenso. Porque será sempre dele.

 

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